quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Fecho da Maternidade de Chaves

Após alguns dias de ausência devido à quadra natalícia que impossibilitou a minha escrita, estou de volta.

Acredito que poderá ser muito polémico este post, até porque será feito enquanto profissional de saúde e também enquanto cidadão.

Defendo para Portugal, que quer norte quer sul, quer interior quer litoral tenham igualdade de oportunidades. Acrescento que deve haver um forte investimento para que se combata o forte abandono do interior do país.

Acredito também que os cuidados de saúde devem chegar a todos os cidadãos do país. Porém, espero sempre que estes cuidados sejam sempre de qualidade inegável e que nunca ponham em risco a saúde daquele a quem eles recorrem.

Enquanto profissional de saúde, defendo que a qualidade também se define não só pela tecnologia presente, mas também pela formação dos profissionais que prestam cuidados. Em casa de cirurgias, processos técnicos invasivos de grande precisão e mesmo partos é necessário que os profissionais estejam treinados e saibam reagir em situações de risco.

Como tal, acho imperativo que para que uma maternidade funcione correctamente esta tenha formação continua e experiência de campo que apenas é garantida com a prática. Logo, acho que os valores definidos pela OMS devem ser respeitados.

Sou completamente contra o encerramento de serviços de saúde por questões meramente economicistas. Contudo, acho que no caso da Maternidade de Chaves está em causa a qualidade dos partos e dos nascimentos.

Há cerca de 30 anos atrás uma Ministra da Saúde encerrou várias maternidades por todo o país. Aliás, mais de 200. O resultado está a vista, a mortalidade infantil diminuiu de 20 por mil habitantes para menos de 8 por mil habitantes.

Com a rede viária que neste momento existe, com a criação das SIV, penso estarem criadas as condições necessárias para que a inexistência da maternidade de Chaves irá contribuir para que menos crianças nasçam em condições precárias e de risco, passando a nascer em Vila Real, cuja maternidade realiza os partos necessários para que tenha qualidade e que os seus profissionais estejam treinados e prontos para reagir a situações de crise.

Quem duvidar disto, que questione com factos, que apresente factores que não o mero populismo. Se calhar estes senhores que se preocupem em que o Governo instale sim cuidados primários de saúde próximos de toda a população para que quando necessário se encaminhe para cuidados de saúde diferenciados de qualidade.

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