terça-feira, 8 de janeiro de 2008

A Vida Cá no Burgo - Os Parquímetros Duplos

Resolvi escrever hoje sobre uma temática que carece de um amplo debate social e de uma intervenção pensada, articulada e séria. Não podemos abordar este tema de forma tão irónica e hilariante como o próprio título deste artigo é.

Qualquer centro urbano tem um fluxo enorme de carros de pessoas que se deslocam diariamente para trabalhar na zona citadina. Braga não foge à regra no que concerne a esta temática, não fosse esta a cidade de Rodrigues & Névoa e outras empresas que florescem no negócio dos parques de estacionamento.

Não vou contudo, criticar ou apontar a política de transportes públicos da cidade ou a necessidade de se pagar este estacionamento no centro da cidade, defendo aliás que este tipo de medidas poderá desencorajar a utilização de carros e como tal, será benéfica para a cidade.

Mas há um aspecto que não posso deixar de alertar, quem optar por deixar o carro nas zonas de estacionamento de parquímetros e não pelos parques cobertos tem de desembolsar o pagamento de uma dupla taxa de estacionamento. Uma que reverte para a CMB e outra que reverte directamente e sem impostos para a mão do arrumador de carros. Só não vê quem não quer, e é irrefutável negar que estes apenas largam o seu posto de trabalho as 19h ou quando a polícia se aproxima mais destes senhores.

Estes senhores vão mudando de posto e o seu patrão deve ser austero, pois muitos deles não duram muito tempo aqui nas imediações. Quem quiser observar é só passar junto ao hospital e à Igreja de S. Lázaro.

Este problema social carece de uma avaliação e intervenção séria da CMB. Não podemos continuar a resolver este tipo de problemas com a presença de polícia. É necessário criar políticas para actuar junto deste grupo social para que o segundo pagamento das pessoas não vá directamente para o bolso dos quartéis da droga.

Se calhar é altura da CMB investir na contratação de arrumadores profissionais que não recolhem duplo pagamento, apenas auxiliam o estacionamento e assim deixam o transito fluir e que deste modo afugentam estes senhores. É que se alguns deles são extremamente simpáticos e auxiliam o estacionamento e são de tal simpatia que até as portas do carro ajudam a abrir para que as pessoas não se molhem da chuva, outros há que se um simples não ou resposta menos boa na sua óptica poderá desencadear um risco no carro, ou um vidro partido.

Senhor Presidente se calhar também vale a pena pensar nisto.

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